Os autoenxertos na odontologia muitas vezes são muitas vezes fonte de complicações variadas. Diante dessa realidade as estruturas baseadas em materiais sintéticos acabam se transformando numa alternativa viável.
A ciência está em constante evolução e a boa notícia dessa vez vem do Canadá. Pesquisadores canadenses acabam de anunciar o desenvolvimento de um novo e revolucionário material .
É uma substância com aspecto semelhante à espuma e que pode vir a revolucionar a implantodontia nos próximos anos.
Esse novo material é um aerogel resistente composto por nanocristais de celulose vegetal quimicamente organizada de forma reticular . Apresenta propriedades altamente desejáveis e alta resiliência . Ou seja, tem a capacidade de se comprimir e expandir preenchendo completamente as cavidades ósseas .
Isso pode vir a ser a solução para maioria dos problemas relacionados aos enxertos e complicações dos autoenxertos na odontologia.
A maioria dos materiais sintéticos utilizados atualmente como opção aos autoenxertos na odontologia são feitos de cerâmica dura e que racha com facilidade. Dessa forma, nem sempre se ajusta adequadamente à forma da cavidade. As lacunas formadas podem levar a um crescimento inadequado do osso e à falha no implante .
O aerogel de nanocristais de celulose desenvolvido pelos canadenses surge como alternativa mais eficaz aos materiais convencionais. Em um artigo anterior aqui do blog Dentalis apresentamos a notícia sobre o desenvolvimento de uma outra substância com propriedades de estabilização de enxertos ósseos.
A pesquisa
A pesquisa encontra-se no estágio de testes em animais. O material foi testado em dois grupos de ratos. O primeiro deles recebeu os implantes de aerogel. O segundo não recebeu nenhum. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu o implante apresentou um índice de 33% maior de regeneração óssea . E ao final de três semanas 50% maior de crescimento ósseo após 12 semanas , em comparação com os controles.
A importância da descoberta – alternativa aos autoenxertos na odontologia
É a primeira vez que dados confirmam que um aerogel de nanocristal de celulose tem a capacidade de suportar o crescimento de novos ossos . Esse novo material tem a propriedade de não ser tóxico. Além disso pode se combinar com o osso com o avanço da cicatrização.
O mercado em potencial para esse novo material é estimado em dois bilhões de dólares . E isso apenas considerando a América do norte. Podendo representar o fim dos problemas relacionados aos autoenxertos na odontologia é um número perfeitamente viável.
Material com aplicações que vão além da odontologia
O aerogel em questão pode ter várias outras aplicações . Além dos implantes dentários, também pode ser utilizado em cirurgias de substituição de constituintes da coluna vertebral e articulações.
E melhor ainda: não será um material caro .
Isso porque a nanocelulose já é produzida em escala industrial. Ou seja, em grandes quantidades. E isso pode tornar o material muito barato.
Quando fará parte de nosso dia a dia
Ainda se precisa conhecer em detalhes e estudar mais aprofundadamente os mecanismos entre o osso e o implante que levam ao crescimento ósseo.
Também se precisa conhecer como o implante se degrada, através do uso da microscopia avançada.
Depois disso, serão necessários testes biológicos. E finalmente, as avaliações clínicas.
Por tudo isso certamente vai levar algum tempo até esse aerogel começar a fazer parte do dia a dia profissional do dentista.
Mas a semente existe, ao que parece é muito boa, e já foi lançada.
Enxertos na odontologia nos dias atuais
A reabilitação protética de pacientes com perda óssea nos maxilares é uma situação bem comum no dia a dia do exercício da odontologia.
As perdas podem estar presentes tanto nas regiões anterior como posterior.
Essas perdas são geram a necessidade de reconstruções ósseas de tamanhos diversos .
Procedimentos variados são recomendados para essas reconstruções. Um deles é o levantamento sinusal na região posterior da maxila. O outro, o enxerto em bloco na região anterior da maxila e na mandíbula.
Materiais utilizados
Vários materiais são utilizados para atender a necessidade dos enxertos. São eles:
- Osso autógeno (padrão ouro);
- Osso homógeno (banco de ossos);
- Osso heterógeno (osso bovino);
- Biomateriais sintéticos (hidroxiapatitas e biovidros).
Osso autógeno
É considerado o padrão ouro do autoenxerto na odontologia. Tem propriedades osteogênicas, osteoindutoras, osteocondutoras e não antigênicas. É o o melhor material de escolha para recomposição das perdas ósseas alveolares. Excelente na preparação do leito para recebimento de implantes dentários. Sua única desvantagem é a necessidade de se ter outra área cirúrgica, chamada de área doadora.
Osso homógeno
O osso homógeno é uma alternativa ao autoenxerto na odontologia. Tem como origem o osso de outra pessoa. Isto quer dizer que o osso provem de um doador não vivo. Os bancos de ossos (osso homógeno) devem ser credenciados junto à ANVISA. São necessários testes imunológicos que definem a ausência de contaminação bacteriana, virótica ou de qualquer outro micro-organismo.
Osso heterógeno
O osso que tem como doador o animal de outra espécie (não humano). Normalmente, a origem é bovina.
Vários fragmentos de osso bovino, tanto na área externa quanto interna (cortical e medular) que são esterilizados e processados para uso odontológico. São comercializados tanto na forma de blocos porosos quanto particulados.
Em que situação indica-se um enxerto ósseo
O procedimento é recomendado para pacientes que possuem diagnóstico de perda óssea e que na grande maioria das vezes tem necessidade de fazer um implante dentário.
Período de cicatrização e regeneração
Após a retirada do material ósseo, segue-se um tempo de cicatrização e regeneração. O sucesso do procedimento pode ser mensurado após um período de quatro a seis meses , tempo adequado à cicatrização e regeneração . Após essa etapa serão necessárias consultas de acompanhamento com o dentista na fase denominada de pré-implante .
O enxerto ósseo tem como objetivo acrescentar altura ou largura ao osso maxilar e/ou mandibular. A cirurgia para a colocação do enxerto ósseo, busca preencher uma região danificada. E assim também gerar um aumento do volume para a posterior colocação de um implante dentário.
Fontes: McMaster University , ScienceDirect , Hospital da Face
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